domingo, 11 de fevereiro de 2007

As Crônicas da Vida: o Balão, a Espuma e o Algodão-Doce

Eu não gosto de balão. Nunca gostei. Me lembro de que, ainda criança, a simples visão de um balão me causava arrepios. Não entendia como podiam enfeitar as festas de aniversário com aqueles seres monstruosos! De longe, eram até bonitinhos: leves, coloridos... Mas de perto eram horríveis. Aquela espécie de plástico, com uma textura irritante, que fazia um barulhinho detestável quando segurávamos... Pior ainda era quando ele estourava. Não sei como nunca morri do coração. Perdi a conta das vezes em que um balão estourou nas minhas pobres mãozinhas. Eu, inocente, ia toda feliz pegar aquele balão que caíra no chão e, assim que encostava, ele explodia como uma bomba, me levando às lágrimas.
Também não gosto de espuma, daquelas que se formam no suco. Enquanto os seres normais a adoram, eu passo horas soprando o café ou o que quer que seja, na esperança de que as bolhinhas desapareçam. Suco com espuma? Só de canudinho. Aliás, o canudinho é a minha salvação. Sem ele, nada de vitamina ou coisa do tipo.
Mas nada é pior do que o algodão-doce. Esse é meu trauma mais inexplicável. Não é que eu não gostasse: eu tinha medo dele. Medo. Terror. Pânico. Desde bebê. A primeira vez que vi um de perto, quase tive um treco. Ele era quase do meu tamanho! Parecia uma nuvem gigante, prestes a me engolir... E quando começava a derreter? Ia se desfazendo, grudando em tudo, caindo em cima de mim... Traumático.
Hoje, controlo melhor os meus traumas. Consigo segurar um balão, sem problemas, por até cinco minutos. Também já consigo me controlar para não ter uma crise de choro quando ele estoura na minha mão. O problema com algodão-doce, eu cheguei bem perto de superar: comi um pedaço de um, aos doze anos. Hoje consigo chegar perto e até segurar um sem grandes problemas. Quanto à espuma... Hoje eu disfarço melhor, mas não tomo nada com espuma, nem que minha vida dependa disso. Mas vou me livrar desse trauma também, é só questão de tempo. Tenho certeza de que, um dia, serei uma pessoa normal. Um dia.

Um comentário:

Anônimo disse...

Seu nome é Vitória ou Cinthia? Ou seria Vitória seu pseudonimo?
Gostei dos seus textos. Esse do Bono Vox me pareceu uma piada, uma sátira aos fãs, já que li de cima pra baixo. Vendo suas comunidades no orkut, percebo que não é. Alguma coisa mágica aconteceu entre Janeiro 13 e Janeiro 24.
Te adicionei no msn, se estranhar o nome novo, gostaria de conversar com você.